domingo, 15 de agosto de 2010

Com que olhos a nossa sociedade vê as profissões Gari e Catador de Lixo

 


Um psicólogo social  vestiu uniforme e trabalhou oito
anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo.
Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são "seres
invisíveis, sem nome".

Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da "invisibilidade pública", ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde se enxerga somente a função e não a pessoa.

       Ele trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida:

      "Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência", explica o pesquisador.
O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um
ser humano.

       "Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão", diz.

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